sexta-feira, 27 de fevereiro de 2009

Lampreia à Mesa

O Octaviano imaginou
Uma festa de lampreia
O pessoal amigo aceitou
E a mesa foi farta e cheia








Mas a crise! Qual Crise?
As lampreias não veem televisão enquanto descem o rio Minho...
Foi saborosa a lampreiada, pá!

quinta-feira, 26 de fevereiro de 2009

Uma grande lição

Quando se fala de África o que se pensa imediatamente?

Pobreza extrema, malnutrição, superpopulação, infraestruturas num estado lamentavelmente caótico e desordem.

A grande maioria é provavelmente incapaz de pensar em algo mais do que poder dormir com o estômago menos vazio, mesmo vivendo numa capital como a da República Democrática do Congo.

Será possível fazer uma orquestra sinfónica nestas condições?

Claro que tudo é possível quando existe chama, paixão e amor por aquilo de que se gosta.

Uma grande lição de humildade para todos nós.

Ora vejam!

domingo, 22 de fevereiro de 2009

Bom Carnaval



É CARNAVAL! Esqueça a crise e divirta-se...

sábado, 21 de fevereiro de 2009

Gente que nos emociona (2)




Oscar Benton : Bensonhurst blues

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Que grande XUTO!


Foto: João Cláudio Fernandes

Não, não sou o único

Não sou o único a olhar o céu
E quando as nuvens partirem

O céu azul ficará
E quando as trevas abrirem
Vais ver, o sol brilhará
Vais ver, o sol brilhará

Zé Pedro dos Xutos & Pontapés, uma das mais brilhantes estrelas do rock português, e sua irmã Helena Reis, autora da sua biografia “Não Sou o Único”, foram desta vez os convidados para a Tertúlia mensal ao jantar em “No Carvão”.

Foram divertidíssimas as estórias que nos encantaram e que contaram a história do rock’n’Rol em Portugal nos últimos 30 anos.

Relevo a simplicidade, a forma entusiasmada e disponível que manifestaram durante o convívio de mais de 4 horas.

Afinal, pode haver vedetas sem vedetismo!

quarta-feira, 18 de fevereiro de 2009

Eu pescador




Eu pescador que pesco por um instinto antigo
e procuro não sei se o peixe se o desconhecido
e lanço e recolho a linha e tantas vezes digo
sem o saber o nome proibido.

Eu de cana em punho escrevo o inesperado
e leio na corrente o poema de Heraclito
ou talvez o segredo irrevelado
que nunca em nenhum livro será escrito.


Eu pescador que tantas vezes faço
a mim mesmo a pergunta de Elsenor
e quais águas que passam sei que passo
sem saber resposta. Eu pescador.


Ou pecador que junto ao mar me purifico
lançando e recolhendo a linha e olhando alerta
o infinito e o finito e tantas vezes fico
como o último homem na praia deserta.

Eu pescador de cana e de caneta
que busco o peixe o verso o número revelador
e tantas vezes sou o último no planeta
de pé a perguntar. Eu pescador.


Eu pecador que nunca me confesso
senão pescando o que se vê e não se vê
e mais que o peixe quero aquele verso
que me responda ao quando ao quem ao quê.


Eu pescador que trago em mim as tábuas
da lua e das marés e o último rumor
de um nome que alguém escreve sobre as águas
e nunca se repete. Eu pescador.


Oitavo Poema do Pescador In "Senhora das Tempestades" de Manuel Alegre

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Aquela varanda virada p'ro mar

Virada p’ro mar.

Virada para sul.

Virada para o sol.

Tempo primaveril a fazer inveja a alguns dias de verão.

Dezenas de surfistas no mar destruindo as ondas, com corpos esculturais (será das ondas?) e cabeleiras amareladas pela luz do sol.

Vista soberba de um espelho de água azul que só a linha do horizonte consegue parar.

A calma de um paraíso vivida numa varanda virada p´ro mar.

É no Café do Mar na “nova” Caparica e custa 1 €, o preço de um café.


sábado, 14 de fevereiro de 2009

O meu amigo Gil

Gil, Gilinho, Zéca, Zéquinha, são os nomes mais frequentemente utilizados e aos quais ele reage, como se fossem todos seus.

No entanto, o seu nome oficial é mesmo Gil.

Efeitos da Expo 98 de Lisboa e da sua mascote, que influenciaram quem lhe deu o nome quando veio cá para casa, com 3 semanas de vida, um pouco contra a minha vontade.

Mas esse era o desejo da maioria e o Zéquinha, aliás o Gil, passou a fazer parte da família.

Não foi fácil para mim encontrar-me pela primeira vez com o “garoto”. Quando entrei em casa e lhe abriram a porta dos seus aposentos, correu feroz e ameaçadoramente na minha direcção e eu, surpreendido e assustado pela investida, tive que saltar de pés para cima do sofá da sala.

Mas foi quase um amor à primeira vista.

O Zéquinha Gil adoptou-me, desde então, como sendo o seu amo e senhor e quase não passa cartão à restante família.

Como posso eu não reagir, ao que ele entende dever ser considerado, por direito próprio, como um verdadeiro membro da família, se é o elemento da casa que manifesta uma alegria desmedida e indisfarçável quando chego?

Como posso ficar indiferente a quem me segue por toda a casa, só se deita quando eu me deito e fica um serão sentado à minha frente e sempre de olho em mim?

Apesar da sua origem castelhana, este “rapaz”, agora praticamente da minha idade, entende completamente a língua portuguesa e, por isso, obriga-me a falar inglês com a minha mulher sempre que temos de usar palavras como rua, carro, passeio ou café, para não ficar desesperadamente inquieto e incontrolável.

Ele quer participar em tudo: refeições, viagens (adora andar de carro) e até nas conversas quando são mais demoradas. A coisa que ele mais gosta, para meu desespero, é jogar à bola comigo quando começa a ouvir o ruído de fundo de um estádio de futebol na televisão, sempre equipado com o boneco de borracha na boca e a bola nas patinhas a fazer remates na minha direcção.

Deve perceber que às vezes necessito de ajuda para relaxar quando as coisas estão a correr mal para o clube de que gosto…

O Gil é um cão com personalidade e é um verdadeiro companheiro e um amigo!




Nota: O livro de Manuel Alegre “CÃO COMO NÓS”, que li recentemente, com muitas lágrimas pelo meio, despertou-me a atenção para os que nos rodeiam e que participam na nossa vida, muitas vezes sem nos darmos conta da sua importância.

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Vozes de Sempre

Momento único de magia...

(Os Três Tenores - My Way)

quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

Gente que nos emociona

ANA MOURA (sem palavras...)

domingo, 1 de fevereiro de 2009

A Aguarela e a Oficina do Mestre Zé

Com este título publicou "O PANCAS" - Boletim Informativo das Donas, na sua edição nº 2, o texto que Vitor Dias, Presidente da Junta de Freguesia, me pediu e que agora compartilho aqui:




A AGUARELA E A OFICINA DO MESTRE ZÉ



Donas, naqueles anos de 60, era considerada a aldeia modelo do concelho a avaliar pelas reportagens e artigos publicados na época pelo prestigiadíssimo Jornal do Fundão.

Possuía no seu perímetro instituições de prestígio como o Seminário ou o Abrigo de São José que, de certa forma, directa ou indirectamente, influenciavam o ambiente que se vivia na terra devido à permanência de centenas e centenas de rapazes vindos de vários pontos de Portugal, em busca de formação e que conviviam connosco no nosso meio.

Tinha Donenses ilustres espalhados pelo país que participavam activamente no desenvolvimento de vários sectores da vida nacional e que periodicamente voltavam às suas origens para descansar e conviver.

Havia os Donenses que viviam e trabalhavam na sua terra e que apesar de não terem descanso como os que chegavam, conseguiam a disponibilidade para proporcionar a todos os conterrâneos de passagem o melhor acolhimento, a melhor estadia e a maior convivência.

E era assim, com toda esta gente, que um incomparável ambiente de magia se formava, durante aqueles dias longos de verão ou em quadras festivas que consolava as nossas almas e alegrava os nossos corações.

Os que vinham de fora sentiam-se no paraíso devido às pessoas, à paisagem e ao excelente microclima e para os que já cá estavam os dias nasciam mais brilhantes, intensos e com muitos mais motivos de interesse.

Donas, pelo facto de estar paredes-meias com a sede do concelho, não tinha estruturas sociais ou de convívio. Mas o que poderia ser um constrangimento acabou por se transformar numa oportunidade de aproveitamento do que havia. O local já existia e estava ali mesmo à mão no centro da terra à beirinha da Igreja Matriz:

A oficina do mestre sapateiro, José Salvado.

Mestre Zé Salvado, homem avançado no seu tempo e no meio, com uma cultura popular, um sentido de humor, e uma simpatia fora do comum, trabalhava na banca da sua acanhada oficina diariamente cerca de 16 horas e sem alterar a quantidade ou a qualidade da sua obra de artista, aceitava que o seu espaço estivesse sempre à cunha, sempre cheio de gente, a maioria jovens, residentes ou visitantes, ávidos de uma boa conversa e sobretudo de ouvir as intermináveis e deliciosas estórias do mestre Zé.

A oficina do mestre Zé Salvado era o centro do mundo!

Ali se organizavam festas, se promoviam acções de solidariedade, se delineavam as tácticas das equipas de solteiros e casados para o habitual jogo de futebol, mesmo que este se disputasse no “multiusos” do Terreiro, se definiam os planos para o maior madeiro de sempre no adro da Igreja no Natal e a estratégia para surripiar os troncos secos de árvores aos donos durante as frias madrugadas de Dezembro.

Discutia-se política em surdina e conspirava-se contra o regime. E poucos, provavelmente, imaginariam que 30 anos mais tarde um dos ocasionais participantes chegaria a Primeiro-Ministro de Portugal!

A oficina do mestre Zé Salvado, além de um espaço de arte da sapataria, era também uma sala de exposições que o bom sapateiro aceitava de bom grado e até ajudava a fomentar e a criticar: Fotos, recortes de imprensa, versos, desenhos, esboço de pinturas, ou retratos-caricaturas feitos às pessoas típicas da terra, que tanta polémica causava aos que se reconheciam neles, acabavam por constituir um motivo extra de interesse para dois dedos de conversa dos que ali paravam ou simplesmente passavam na rua.

Uma Aguarela, que inspirou o título deste texto, pintada naquela época com a irrequietude própria da juventude, a partir da capela de S. Roque, e que retratava o núcleo central da povoação à volta da Igreja Matriz, esteve ali anos e anos exposta na parede da oficina, sempre no mesmo lugar, sob custódia do Senhor da casa…

Mas tudo muda e a Vida é uma Aguarela!



amtp@sapo.pt
Outubro de 2008