segunda-feira, 28 de dezembro de 2009

O Homem do Chapéu



Poderia ser uma imagem de Natal dada a quadra que estamos a atravessar e tal é a magia que a personagem encerra.

Menos frequentemente que outrora, agora praticamente só na semana natalícia, percorro a pé a rua mágica da cidade. Mágica pelas novidades e exclusividade de artigos que não vejo em mais lado algum. Só ali, naquele comércio, tradicional, intemporal e em que cada porta é uma loja.

Na mais comercial rua da cidade - a rua da Cale - este "Homem do Chapéu" continua alheado à evolução dos tempos e mantém-se fiel ao seu criador, permanecendo inamovível no seu lugar de estrela, bem no centro da montra da casa dos chapéus, há mais de meio século.

Esta figura, de rosto jovem com bigode dos anos trinta, continua a promover o chapéu-tipo daqueles anos sem se importar com a moda e o desuso da peça.

Desde que me conheço, que conheço esta imagem iconográfica, a quem, eu própio, enquanto jovem adolescente, me rendi, quando na sua cabeça brilhava o célebre modelo borsalino.

Parafraseando o anúncio hoje em voga: Podia percorrer a rua da Cale sem o "Homem do Chapéu" ? Poder, podia, mas não era a mesma coisa...

O "Homem do Chapéu" é um ícone!

Não só da rua mas também da cidade.

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

O Dia dos Abalos


Quando à 01h30 desta madrugada acordei com o ranger da madeira da cama pensei que o meu fiel amigo, o Gilinho, me tivesse ido visitar e, contrariamente ao que é costume, passar o resto da noite fora da sua casota. Mas não! O Gilinho continuava nos seus aposentos e eu sem certezas do que teria acontecido.

A confirmação de um abalo telúrico tive-a logo que liguei a TV pela manhã e vejo de imediato a cara do responsável ministerial. Percebi então que a máquina que nos protege nestas situações tinha funcionado e que o ministro estava plenamente satisfeito com a eficácia demonstrada. Magnífico, o primeiro abalo do dia, o telúrico, tinha-se resolvido por ele próprio!

Mas o segundo abalo do dia veio logo de seguida, agora, através da rádio. O ecomomista Octávio Teixeira dizia, na sua conversa semanal com a jornalista Eduarda Maio, da Antena 1, que o salário mínimo nacional previsto para 2010, tinha um poder de compra inferior em 15% comparativamente ao existente antes da revolução de Abril de 1974, isto é, há 35 anos.

Como? Teria ouvido bem? Claro que sim. É fácil perceber que os pobres estão, cada ano que passa, mais pobres e isto não pode deixar de fazer corar de vergonha os democratas que têm governado o país nas últimas décadas.

Mas como diz o ditado que, não há dois sem três, veio de imediato o terceiro abalo do dia. O sociólogo e pensador António Barreto confirmava, em entrevista à comunicação social, que a justiça em Portugal está pior hoje que a existente no regime ditatorial de antes do 25 de Abril. Aqui não tive dúvidas se teria ouvido bem. Mas sendo inacreditável conceber um retrocesso destes em pleno regime democrático é facil encontrar uma explicação. É que os homens que fazem a justiça hoje são formatados para as câmeras de TV e os de antigamente eram formados em leis e discretos na aplicação da justiça.

Provavelmente teria ouvido falar de outros abalos ao longo do dia, se continuasse atento, por exemplo, nas áreas da educação e da saúde, mas aqui, penso, de grau menor na escala.

Mas este foi mesmo o dia dos abalos.

Haja saúde!

sábado, 5 de dezembro de 2009

A Tibórnia

A definição de Tibórnia que encontrei nos dicionários:

- Pão quente embebido em azeite novo.
ou
- Refeição que se usa nos lagares de azeite e que consta de bacalhau cozido, batatas e couves, tudo temperado com azeite novo.
Muito, muito, azeite novo! (acrescento, agora, eu...)

corresponde inteiramente à imagem que guardo da minha juventude quando acompanhava nos lagares a transformação das nossas azeitonas (como custavam a colher e a apanhar!...) em azeite.
Era uma sensação única, poder estar dentro de um lagar de azeite no frio mês de Dezembro em plena Beira. O contraste das condições criadas no interior pelas enormes caldeiras aquecidas com fogo de lenha, com as condições adversas do clima (chuva, neve e frio) no exterior, proporcionavam um bem estar muito difícil de descrever. A festa no lagar completava-se comendo as enormes fatias de pão torrado que se embebiam directamente na bica do azeite acabadinho de nascer.
Mas a tibórnia era também uma lauta refeição, à base de couves e batatas que literalmente nadavam em fundos pratos de azeite, oferecida pelos donos do lagar aos seus amigos (como era difícil um convite...) quando a funda era boa!

Hoje há Tibórnias para vários gostos.
Servidas com pratos regionais nos melhores restaurantes da cidade, integradas no 6º Festival da Tibórnia que se prolonga até 15 de Dezembro no Fundão.


Sinais dos tempos modernos...

sexta-feira, 13 de novembro de 2009

Pelo S. Martinho Castanhas e Vinho



Pelo S.Martinho com quatro castanhas e uma pinga de água-pé, faz os velhos andar a pé.

(Provérbio popular português)




Foi no Clube Militar Naval em Lisboa - Um clube com história... de 143 anos



sábado, 7 de novembro de 2009

Gente Nova que canta... O Fado



Sandra Correia, uma voz de Santa Maria da Feira, que descobri através do Youtube, vai com certeza seguir a linhagem e o caminho dos grandes fadistas portugueses.
Vale a pena ouvir!

quinta-feira, 22 de outubro de 2009

As Sardinhas de Outono

Aos dois provérbios populares portugueses que conheço:
"No S. João, a sardinha pinga no pão."
"Quem em Março come sardinha, em Agosto lhe pica a espinha."


junto-lhe um terceiro inventado agora por mim:
"Quem no Outono come sardinha é porque em Portugal se aninha."




Conrad, um cidadão do mundo com origem italiana, meu antigo companheiro de trabalho em Portugal e sua mulher Cecília, peruana de alma e coração, intercalam agora a sua vida entre o Perú e o nosso país.
E para lembrar que quem em Portugal se aninha mesmo no Outono come sardinha, aproveitaram um quente e solarengo dia de Outubro para uma degustação da dita cuja com os amigos.
E o ambiente na sua magnífica casa de Cascais não poderia ter sido melhor:

Sol, sabor a mar e uma boa conversa entre velhos conhecidos









Buona fortuna, Conrad, "El Capitano"!             

quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Ao Chícharo o que é do Chícharo!


Quer ir ao Festival do Chícharo em Alvaiázere?

Esta pergunta do meu amigo António, jornalista e homem da cultura, deixou-me atordoado e um pouco complexado. Não fazia ideia do que era o Chícharo e para chegar a Alvaiázere teria que utilizar o GPS.

Mas não dei parte de fraco!
No dia combinado lá seguimos viagem a caminho do Festival e, eu, confiante, com a noção de entretanto ter sabido quase tudo sobre o Chícharo e Alvaiázere.

Mas uma coisa é aquilo que imaginamos e outra é a realidade bem diferente.

Afinal, o Chícharo, a leguminosa, que outrora saciava os estômagos de gente com fome, tinha evoluído extraordinariamente e, através da criatividade dos alvaiazerenses, transformou-se numa iguaria gastronómica com diversificada aplicação na ementa alimentar.

Degustar o Chícharo numa sopa, como acompanhamento de um lombo de bacalhau frito, num prato de carne, num pudim, numa tarte ou em licor é uma sensação que se recomenda.

Aliás, o debate na Casa da Cultura - um dos muitos equipamentos sociais de grande nível em Alvaiázere - "O que é bom terá de acabar?." Práticas Gastronómicas do Passado para o Presente - muito bem moderado pelo meu amigo António Manuel Pinho, demonstrou isso mesmo.



Brindo ao Chícharo com o que é do Chícharo!

O seu licor...

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

O Contributo do General



O General Lages Ribeiro, um especialista na área da defesa, das relações internacionais e da estratégia, meu prezado amigo e companheiro das tertúlias de 6ª feira, surpreendeu-me, num destes dias, com a sua publicação "DICIONÁRIO DE TERMOS E CITAÇÕES DE INTERESSE POLÍTICO e ESTRATÉGICO".

Um trabalho notável, feito de recolha e selecção, ao longo de uma vida, de citações obtidas na sua maioria na imprensa diária e semanal (nacional e estrangeira) e cuja função é esclarecer o significado e o âmbito dos termos ou expressões em análise.

Não é um dicionário tradicional mas sim, como escreveu Adriano Moreira, Presidente da Academia das Ciências de Lisboa:

Um surpreendente e excelente dicionário (...) muito útil, sobretudo no sentido de melhorar os apoios dos comentaristas (...) Mas também para o trabalho diário, designadamente de estudantes que necessitam de coisas mais seguras do que as que costumam utlizar.



 A minha vénia, General, pelo seu enorme "CONTRIBUTO".

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Maria La Catalana


María, la catalana, que foi María la portuguesa, enquanto viveu em Lisboa durante dois anos, é uma saudosista.
Sempre que pode aí está ela em Portugal para rever e conviver com os muitos amigos que aqui deixou. De preferência com sardinhas e vinho tinto numa taberna de Alfama.

Neste último fim de semana, compartilhámos a sua companhia e do seu "novio" Jorge, um peruano atípico (loiro e de olhos azuis).

A minha homenagem à catalã, de quem, na multinacional onde trabalhámos, fui "su maestro" e que gosta de Portugal e dos portugueses com:

"Maria la portuguesa" que o espanhol Carlos Cano compôs para a nossa Amália.




En las noches de luna e clavel,
de Ayamonte hasta Vilarreal,
sin rumbo por el río entre suspiros una canción viene y va.
se la canta María al querer de un andaluz,
María es la alegría y es la agonía que tiene el sur.

Aaah, María la portuguesa,
desde Ayamonte hasta Faro
se oye ese fado por las tabernas
donde bebe viño amargo,
por qué canta con tristeza,
porque sus ojos cerraron,
por un amor desgraciado,
por eso canta, por eso pena.

domingo, 30 de agosto de 2009

E o Óscar ganhou um Óscar

Foto: ATP - Os Óscares

Estava eu e o meu amigo Óscar num esplendoroso fim de tarde, naquela varanda virada para o mar, a bebericar um refresco e a falar de coisas banais, quando lhe toco na parte que ele mais abomina e de que não quer ouvir falar - as novas tecnologias da informação. Dessas modernices só manipulo, e mal, o comando da televisão e o teclado do telemóvel, diz-me com manifesto desprezo o meu amigo desde há quarenta anos.

Desembrulho então o meu laptop novinho em folha, coloco a pen de banda larga e ligo à net.

O quê ? Aqui da varanda do mar, sem fios sem nada, consegues ver alguma coisa? pergunta-me o Óscar. Claro, respondi-lhe, olhando-o pelo canto do olho, e a primeira coisa que vai ver é a sua fotografia quando comandava uma unidade militar em Cascais. Faço a pesquisa pelo seu nome e surpresa grande para mim e para o meu amigo. Há alguém, aqui na net, que se chama Óscar, diz que é seu afilhado e quer saber se alguém o ajuda a encontrá-lo.

Credo, cruzes, canhoto, como pode ser isso, pergunta-me o meu amigo já um pouco curioso.

Não sei, não, Comandante. Mas que ele diz que é seu afilhado e pede que o ajudem a encontrá-lo, é verdadinha. Olhe aqui no computador.

Óscar, replica-me num segundo: tenho tantos afilhados que já perdi o conto e o rastro, mas com o meu nome só pode ser o meu afilhado de Guimarães, filho de um colaborador meu que me acompanhava com a sua guitarra nas minhas fadistices quando comandava a unidade da Figueira da Foz.

Óscar, o padrinho, conta-me então com uma pontinha de emoção toda a história.

Numa visita rápida vai a Guimarães, apadrinha o baptizado e retorna directo a Lisboa para embarcar de novo para a Guiné em mais uma missão de guerra e até hoje, por circunstâncias diversas, nunca mais haveria de ter contactos com a sua nova família da cidade-berço de Portugal.

Pois, meu caro, daqui mesmo, desta varanda sobre o Atlântico, em que revivemos o passado longíquo, vou retomá-lo agora mesmo, escrevendo um e-mail ao seu afilhado, informando-o que o seu SOS foi visto e em breve irá ver o padrinho.

E você, meu caro Óscar, acabou de ganhar um Óscar!

Num destes dias fiz questão de acompanhar o meu amigo até Guimarães para o reencontro dos Óscares 36 anos depois, numa jornada cordial, calorosa e emocionante.

E depois cantou-se o fado... (como outrora, na Figueira)



Video: ATP

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Os Cábulas e os Génios

Noticiava o "Privado" há uma semana:

O «spy auscultador» (um dos nomes pelo qual é conhecido), é o novo aliado dos alunos do Ensino Superior, um pequeno aparelho que se coloca totalmente no ouvido, ficando apenas um discreto fio de nylon de fora para poder ser retirado. É usado juntamente com uma antena transmissora, em forma de colar, sob a roupa e ligado a um telemóvel, permitindo uma comunicação discreta e imperceptível.

São, digo eu, as mais sofisticadas tecnologias desenvolvidas por génios ao serviço dos cábulas!

Será que os génios da actualidade, que desenvolveram estas sofistificadas técnicas, se inspiraram nos génios, seus antepassados, dos anos 60 do século XX?

Estavamos em meados da década de 60, antes da primeira visita do homem à lua na Apollo XI em Julho de 1969, com software informático disponível a bordo inferior ao de um vulgar telemóvel dos dias de hoje, nas palavras recentes de um dos seus tripulantes.

No país vivia-se o período sempre escaldante, para os cábulas, dos exames finais do curso geral dos Liceus.

No Interior Centro de Portugal um comerciante lojista, com a onda média da sua telefonia a funcionar cocomitantemente com o horário do seu estabelecimento comercial, vê-se subitamente privado da qualidade radiofónica por interferências inesperadas de vozes com perguntas e respostas de fórmulas matemáticas.



Intrigado o nosso "judeu" lembra-se de ir ao liceu, seu vizinho, e esclarecer com o amigo reitor a causa das aulas ao domicílio que não havia encomendado.
O reitor, contrariado, resolve dar uma passagem pelas diversas salas onde decorriam os exames. Intrigado com um aluno que apresentava um enorme penso curativo a cobrir-lhe todo o lado esquerdo do rosto e a falar em surdina para o pulso onde segurava o relógio, decide convidá-lo a sair e já no corredor pede-lhe para examinar a suposta ferida.
Confirma então que um rudimentar mas inovador sistema de comunicações estava montado e a funcionar na perfeição ao serviço de um cábula, construído pelo seu irmão, um pouco mais velho, que era um autodidata, mas também um verdadeiro génio, na área das telecomunicações.
Como consequência da marosca, o exame a ser resolvido do exterior do liceu via rádio, o cábula e o génio foram primeiramente desqualificados pelo Ministério da Educação, que lhes retirou todas as habilitações académicas, mas posteriormente reabilitados pelo mesmo governo de Salazar que não ficou indiferente à onda de simpatia gerada no país pelos "bons malandros".

Na verdade, o regime havia sido afrontado pela aventura de um jovem criativo e inovador.
Vim a conhecer pessoalmente este génio das telecomunicações no cumprimento do serviço militar obrigatório, tendo-me cabido a obrigação de o render na função de Oficial de Transmissões do Governo Militar de Lisboa.
Aqui fica a minha homenagem, Frederico. Os Génios nunca morrem!

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Os Travesseiros da Piriquita





Os meus amigos Líbia e Jordão, simpático casal brasileiro de S. Paulo, retornaram a Portugal, onde já viveram, 13 anos depois.

O Atlântico nunca constituiu obstáculo para os nossos “Bate-Papos” frequentes. Electrónicos, é certo, mas suficientemente próximos para perceber desde o Brasil que o “cara” estava acordado ainda a horas impróprias da noite em Portugal ou que o “gajo” estava levantando cedo de mais lá no Brasil. Afinal a diferença horária não limita a comunicação escrita…

Alguns planos foram sendo propostos, ao longo dos últimos meses, para comemorar a visita e simultaneamente reviver o passado em Portugal:

Uma prova de vinhos alentejanos na Herdade do Esporão, uma sopa da pedra em Almeirim ou um leitão à moda da Bairrada eram hipóteses a considerar.

A considerar quando se fala racionalmente e através da cibernética. Mas, as coisas não são bem assim. No local e no ambiente próprio a razão por vezes perde a força e é fundamental deixar exprimir a emoção dos nossos sentimentos e das nossas recordações!
E a emoção foi para a Líbia e o Jordão comer a cataplana de peixe no local onde o mar (diga-se Atlântico) acaba e a terra (diga-se Europa) começa – o Cabo da Roca e degustar a sobremesa dos deuses, ainda na memória dos meus amigos – Os travesseiros da Piriquita – na rua estreita da velha Sintra, património mundial.

E aí, Jordão é quem ordena:
“Líbia, meu bem, feche os olhos e sinta o inigualável sabor de Portugal".

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Sinais de Verão

A Grande Música servida como refresco numa noite de verão...

quarta-feira, 1 de julho de 2009

O "PRIVADO" já é Público!


O "Semanário PRIVADO", que hoje apareceu nas bancas, é um projecto de jornalistas.

De pessoas independentes e empreendedoras, de gente que acredita que é possível ter êxito em tempos de crise.

Mas, se o nascimento de um jornal já seria motivo de felicitações, por maioria de razões o será quando se conhece, se acredita e se é amigo de quem está por detrás.

Parabéns, pois, António Manuel Pinho e José Leite e muitas felicidades para o "PRIVADO".

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Uma mulher de Armas

Foto:ATP
Isabel do Carmo, a jovem revolucionária que marcou o 25 de Abril, pela sua participação activa no PRP – BR (Brigadas Revolucionárias) no período quente do PREC (Processo Revolucionário em Curso) era, até ontem, para mim um mito e uma lenda.

Naquele tempo uma mulher, jovem e vistosa, com uma arma era uma coisa impossível!

Hoje, passados quase 35 anos, percebi que a Doutora Isabel do Carmo, com uma obra profissional incrível na área da medicina, é uma mulher de causas.

Tive o prazer de privar com ela ao jantar e de esclarecer que a Doutora Isabel do Carmo, afinal, mal sabia distinguir um revólver de uma metralhadora, mas era indiscutível e naturalmente, uma líder de massas.

Quis o acaso, que, finalmente, após todos estes anos, eu tenha sabido de viva voz o que Isabel do Carmo disse a Otelo Saraiva de Carvalho (o cérebro da revolução de Abril) durante a ocupação pelas massas populares do Palácio Foz em Lisboa.

Prometo agora ao meu Pai, que naquele momento me dizia que queria ser mosca para saber o que se estava a passar no centro do poder, que um dia, não sei ainda aonde, lhe contarei o que ouvi.

E o que ouvi certifica, sem qualquer dúvida, que é mesmo uma mulher de armas.


Foto: João Cláudio Fernandes

E o Céu Empalideceu!



Já é hora de ocaso mas o sol brilha ainda intensamente no céu.

As passadas vigorosas, a cabeça firme, o olhar confiante, prometem um final feliz, num ambiente calmo, paradisíaco e de amor.

Mas, há sempre um mas, de súbito o sol deixa de brilhar e empalidece.

Porquê esta repentina mudança que nos deixa sem força para prosseguir o caminho?

Porquê esta situação que nos preenche permanentemente o pensamento e nos humedece os olhos?

Porque a vida é mesmo assim!

Amanhã é outro dia e de certeza que o sol brilhará!

sexta-feira, 12 de junho de 2009

Uma Geração a Ferver!

Come on, let's twist again. Clap your hands!

domingo, 31 de maio de 2009

As Cerejas da Minha Árvore



Dizia a minha velha professora primária que havia três coisas na vida que eram essenciais fazer e sem as quais um homem não poderia sentir-se realizado:

Plantar uma árvore, Ter um filho e Escrever um Livro.

Este conselho da mestre foi das mensagens mais fortes que recebi em toda a minha vida.

Tornou-se para mim quase uma obcessão cumprir a primeira das três coisas que eu podia, naturalmente, fazer naquela idade e que era plantar uma árvore.

A escolha da árvore foi fácil. Nasci em Maio e neste mês não havia outra espécie que reflectisse melhor a força da natureza. Com a ajuda do meu Pai plantei, então, uma cerejeira no sopé da serra da Gardunha.

O meu pé de cerejeira era a minha adoração.

Lembro-me que, quando degustei a primeira cereja da minha árvore, gritei bem alto:

Falta ter um filho e escrever um livro!

domingo, 17 de maio de 2009

O Almoço dos Séniores








Os almoços dos séniores, ex-companheiros de outras lutas, que passam mais pelos afectos e menos pela comida, são sempre uma festa!

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Os Meus Majores de Outrora

Foi um percurso de vida, a das armas, que começou em Mafra (Portugal) e terminou em Luanda (Angola) ao longo de quase 4 anos.

Era tempo de Guerra!

Tempo de sacrifício, angústia e incerteza, mas também tempo de reflexão, de entreajuda e, sobretudo, de camaradagem.

Foi neste ambiente que aprendi a reconhecer o carácter de quem está ao nosso lado e a compreender a importância da ética e dos valores.

Foi, então, neste contexto que eu, o jovem Alferes Miliciano de Infantaria, conheci, trabalhei e convivi com os altivos, garbosos e quase inantigíveis Majores. Os meus Majores de outrora.

Hoje, os meus Majores de outrora, são Generais.

Atingiram o topo de carreiras brilhantes, depois de fazerem uma longa guerra colonial e a revolução democrática do 25 de Abril e são, ainda hoje, as reservas de carácter que Portugal necessita mais que nunca.

É sempre bom rever a gente que fez parte da nossa vida.

Permitam-me, Generais, a minha continência de outrora:
"Obrigado, Meu Major "


sábado, 9 de maio de 2009

A noite em que o António chamou o TOY


Fotos: João Cláudio Fernandes

TOY, o multifacetado cantautor, (mais de 3 mil canções registadas na Sociedade Portuguesa de Autores), é um homem emotivo, romântico, bem disposto e capaz de surpreender qualquer audiência pela sua indiscutível capacidade de improvisação permanente.

Gosto de gente sem "Rabos de Palha", de gente que deixa transparecer as suas emoções, de gente que revela os seus sentimentos e é capaz de chorar.

E, TOY (António Manuel Neves Ferrão), foi isso mesmo no serão da última Quarta-Feira em "No Carvão". Falou, improvisou, divertiu, cantou e encantou!


TOY disse que "A moda não é arte pois a arte é intemporal" e provou-o, eloquentemente, ao longo de toda a noite.

Obrigado TOY, mas, eu António, não resisto:

Se queres dançar e não tens par, chama o António
Se queres sair para curtir, chama o António
Se queres votar para melhorar, chama o António
Se queres ter maior prazer, chama o António


Video: ATP

terça-feira, 5 de maio de 2009

Filhos brilhantes, Alunos fascinantes


...Os filhos brilhantes e os alunos fascinantes não são aqueles que são sempre bem comportados, que não falham, não chocam ou não tropeçam. Mas, aqueles que aprendem a desenvolver consciência crítica, decidir os seus caminhos, trabalhar os seus erros, construir a tolerância, reconhecer as suas dificuldades. São os que choram, sim, quando necessário. E Porque não? São os que constroem grandes sonhos. E, acima de tudo, são os que dão uma nova chance para si mesmos e para os outros quando fracassam...


Augusto Cury






É sempre bom rever, abraçar e voltar a conviver com gente que connosco se cruzou na vida profissional.

Especialmente quando essa gente é jovem e gosta de relembrar o início de uma carreira feita com alguém de outra geração, que ajudou a abrir as, por vezes, difíceis portas do mundo de trabalho em ambiente multinacional.
Foi um prazer reviver o passado com estes "Filhos Brilhantes, Alunos Fascinantes" e saber dos seus êxitos pessoais e profissionais.

No entanto, ainda vão ter de esperar uns anitos para eu lhes "devolver" o livro do mesmo autor,e que me ofereceram em devido tempo, "Pais Brilhantes, Professores Fascinantes"...